19 de novembro de 2010 @ 23:41:00h

você está ouvindo?

Hoje em dia não existe antigamente como antigamente e, tratando-se de música, essa teoria (ou ditado, como bem queira) se aplica com ainda mais força. Houve um tempo em que os responsáveis pelos artistas trabalhavam com isso porque gostavam do que faziam e não conseguiam viver sem uma bela melodia e uma letra de tocar o coração, além de serem igualmente talentosos. As gravadoras queriam levar música de qualidade ao público, o lucro era apenas uma conseqüência grande parte das vezes e todos os envolvidos estavam de acordo com isso. Cinqüenta anos atrás, quem faturava com os artistas eram seus empresários. O multifacetado Rob Zombie foi um dos que se atreveu a colocar as cartas na mesa. “As gravadoras não querem mais saber de artistas de carreira, que o que elas realmente querem é que um de seus artistas estoure, para abandoná-lo logo em seguida”.

Quem busca saber sobre o que acontece na indústria fonográfica pode ficar irritado e triste ao extremo quando escuta alguma determinada rádio que é movida por zeros, e não por talento. É tanta repetição em uma hora de programação que dá náuseas, e a exorbitante venda de MP3 players a preço de banana se torna tão compreensível quanto louvável. Parece loucura, mas em 1979, Elvis Costello estava adiantando o porvir em sua música Radio, Radio. Um verso diz “e o rádio está nas mãos de tantos idiotas tentando te fazer não sentir nada”. Pare para pensar por um segundo nisso e se pergunte qual foi a última música que realmente tocou seu coração. Agora tente responder quantas vezes o artista responsável por ela ainda toca no rádio diariamente. Você acabou de experimentar o lado amargo da luta de alguns artistas.

São pouquíssimas as bandas que entram pro mainstream com capacidade e gana para mostrar porque merecem respeito e admiração. Algumas almejam tanto o sucesso que, quando contratadas pelos “monstros” da indústria, não dão importância nenhuma se toda sua bagagem musical seja trocada por uma fábrica de lucro. Não se importam se estouraram num dia e no outro, já caíram no esquecimento. O que vale de verdade é aquele bordão de Andy Wahrol, tão bem aplicado hoje em dia: são quinze minutos de fama que não passam de uma ilusão de tempo. Carreiras meteóricas, one-hit wonders, como os norte-americanos gostam de chamar aqueles que fazem sucesso com uma única música e sumirem na poeira e na sombra de seus concorrentes. Quer saber por que isso acontece? Porque os responsáveis pelos artistas e seus repertórios nos monstros da indústria fonográfica não tem capacidade para ver as coisas desse jeito. São engenheiros ou advogados que, por um golpe de sorte, ocupam um lugar de respeito de maneira sombria. Eles não sabem que a arte, seja como for, vem do coração. Eles não estão preparados para isso por sempre terem visto cifrões ao invés de notas musicais.

Para o amante da boa música, é reconfortante saber que existia uma época que a música tinha uma importância tão grande na vida das pessoas, e que qualidade era uma exigência incontestável. Desligue o rádio ou a televisão, e vá ler um livro ou um jornal ao som do que seu coração pede, não do que a mídia empurra goela abaixo com escândalos e declarações duvidosas. Desconecte-se disso. Dê atenção para aquele riff de guitarra, aquela batida de bateria e aquele verso que te aquece por dentro. Ainda que alguns deles estejam mortos há anos, não há remédio melhor para a alma. Saiba que existem algumas pessoas que lutam pela qualidade musical e amam de verdade o que fazem, e não esperam nada além de respeito e admiração em troca.

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19 de abril de 2010 @ 11:47:00h

inacabado.

Bati à porta. Esperei o mordomo me atender e, ao contrário do esperado, foi o próprio Diabo quem me atendeu. Com tamanha humildade, o exato oposto do que eu esperava encontrar em um lugar como aquele, ele me fitou surpreso. Aquele olhar atravessava meu ser, e eu não estava nem um pouco incomodada. Talvez a surpresa dele fosse ainda maior do que a minha, já que era óbvio que não deveria estar lá... Pelo menos, não ainda. Sabe-se lá aonde a vida ainda há de me levar, mas de uma coisa tenho certeza: não entrei naquele lugar por ter sido o primeiro abrigo que surgiu em meio à tempestade. A escolha foi minuciosa ao longo do caminho.


Ele deu um passo para trás e escancarou a porta para que eu pudesse passar. Não consegui nem hesitar, minhas pernas não responderam aos comandos neurológicos para ficarem paradas. Entrei, e entrei com o pé esquerdo. Já que era pra dar errado, que desse errado logo de início. É aquela velha história, “já que ta no inferno, abraça o Diabo”. Se existe alguma razão para ter lembrado de tal dito popular, não sei, mas abri meus braços e aguardei alguns instantes. O olhar em minha direção havia passado de surpresa para preocupação, e eu me deleitava por dentro. Ele retribuiu os braços abertos timidamente, coisa que não se espera de uma besta como aquela. A aura cor de fogo que emanava daquele ser era tão gélida quanto um iceberg. Separamos nossos corpos, e eu sorri. Esperava ao menos um sorriso de retribuição, mas ao invés disso, mais preocupação no olhar.

Ele me deu as costas. Saiu andando e, de repente, não estava mais lá. Não o vi passando por nenhuma porta, talvez estivesse distraída demais com tamanha ironia. Por que o Diabo estaria tão preocupado com a minha falta de fé? Ele deveria estar dando pulos de alegria por receber a visita de uma cética. Ou, talvez, um tanto puto por eu ser apenas mais uma no meio de tantos que já deviam ter dado as caras por lá. O fato é que a situação toda, além de irônica, foi um tanto intrigante. Fiquei parada observando a ante sala até que um espectro veio e me mandou segui-lo.
Fui ordenada para ficar à vontade, e assim o fiz. Ofereceram-me o melhor quarto, com a melhor vista para o mar. Sim, o Diabo vive bem melhor do que se imagina. Nada de labaredas, rios de lava e calor exaustivo. Senti como se estivesse em uma hospedaria, já que recebi instruções sobre como funciona a piscina interna, e sobre os horários do serviço de camareira e serviço de quarto caso desejasse ficar em meus aposentos. Eu ri. Assim que o espectro saiu, decidi desbravar aquele lugar como se não houvesse amanhã e, de todo, não estava errada. Entrei em uma ala um tanto curiosa para uma casa que tinha aquele ser como dono: a Ala dos Catorze. Quando ouvi a porta se fechar atrás de mim – a porta não estava lá antes, não que eu houvesse percebido -, pensei com meus botões, “Porra, devia ter pedido tele-entrega de pizza”.

Quando dei por mim, estava em um corredor largo o suficiente para caber três ônibus e sobrar um pouco de espaço. O piso era formado por três carreiras de lajotas: transparentes ao centro, branca à direita e preta à esquerda. Assim que pensei em pisar na lajota transparente, no maior estilo Shakespeareano “quando não se sabe para onde está indo, qualquer lugar servirá”, fui surpreendida por um papel surgindo no chão à minha frente. Nele dizia que equilíbrio era necessário em cada passo para o (meu) regresso. Julguei (de maneira errônea) que esse “equilíbrio” era me manter em apenas uma cor de lajota, qual fosse a que eu escolhesse antes de pisar.

Dei o primeiro passo em direção às lajotas transparentes (nada melhor do que ficar em cima do muro quando não se tem certeza) e algo me disse que, de fato, talvez não houvesse amanhã. A lajota mudou de cor, e em um piscar de olhos me vi em um corredor completamente escuro. Olhei por cima do ombro, para tentar perceber alguma porta e, um tanto chocada, me vi antes de pisar na lajota então transparente e com o papel na mão. Tornei a fitar o longo corredor à minha frente e, ao fundo, um par de olhos vermelhos me observava. Dei o primeiro passo, e pareceu ser o primeiro de muitos por vir.

Minhas roupas deram lugar à minha pele. Estava nua em pelo e coberta de cortes abertos. Outro papel apareceu em minhas mãos, e nele dizia que para curar aquelas feridas eu precisava transcender. Pensei, mais uma vez, com meus botões. Quando se transcende do inferno, para onde se vai? Purgatório? Pouco provável, mas aparentemente eu estava prestes a descobrir, se tivesse sorte. Dei mais alguns passos e lâmpadas dicróicas ligaram-se automaticamente, iluminando algumas pinturas. Contei cada foco de luz antes de dar mais algum passo, eram sete deles. Respirei fundo e me arrependi amargamente logo em seguida, pois todas as feridas começaram a latejar, parecia que eu havia mergulhado em uma piscina de álcool com sal.

12 de dezembro de 2009 @ 03:14:00h

Sextatípica

Tudo começou um "simples" trabalho de fotografia. Droga, três trabalhos atrasados e uma tarde pra fotografar onze temas! Parece fácil, mas pega na mão uma câmera analógica, uma lente macro que pesa duas toneladas e meia, um tripé, um filme (com o ISO errado) e vai pra rua em dia de chuva. Isso resulta numa missão, além de cansativa, quase improdutiva. Custava fazer um solzinho pra não ter que gastar tanto dinheiro com táxi? Fomos ao Santa Maria Shopping para "erguer acampamento" e tentar tirar algumas fotos com luz "interna". O máximo que consegui foi decoração natalina pro teto e um senhor, que estava sentado do lado de fora do Sr. Café. Isso porque o Fabiano Dallmeyer não cooperou em ficar sentado tomando seu cafezinho. E ainda fez piada: "Se tu não achou o ponto verde em ISO 1000, é ÓBVIO que tu não vai achar em 100". Dã. Quer saber? Eu te adoro, mas vai te catar. Depois do almoço saí pra reencontrar a Ana e pegar o filme que mandei revelar. Aparentemente, pessoas se sentiram "incomodadas" com a nossa presença maquiavélica registradora no shopping e nos pediram pra parar de tirar fotos. Detalhe: sentar na cadeira do "Papai Noel" pra tirar "fotos" com câmera digital, atrapalhando o andar da carruagem pode, mas quando a situação se torna um pouco "menos sutil", não pode. Beleza de espaço publicamente privado, hein.

Eram 14h quando resolvemos nos instalar na Casa de Cultura, local de trabalho da minha mãe. Alguns minutos papeando pra esperar que Deus reclamasse do uso indevido de água pro São Pedro - e ele fechasse um pouco das torneirinhas das nuvens - e 'bora pra rua. Situação no mínimo engraçada: duas tongas com tripés dançantes que tentavam a todo custo achar o maldito ponto verde porque o céu estava nubladíssimo, e achar um pingo de luz com um filme ISO 100 é como um ser com rinite tentar achar um sorninan dentro de uma piscina de poeira. Deu pra sacar o drama, certo? Quase. Ouvimos de tudo, vimos mais um pouco. Algumas pessoas passavam olhando torto, principalmente os policiais; enquanto outras... Bem. Outras não sabem nem diferenciar uma filmadora de uma máquina fotográfica. Porque afinal, hoje é tudo compacto, tudo a mesma coisa, não? Hoje em dia, câmeras digitais fazem de tudo, menos passar café.

"Vocês estão fotografando coisas bonitas?", perguntou uma senhora. "Mais ou menos, são fotos artísticas", respondemos. Achamos que a tiazinha ia embora feliz com a resposta, mas ela não se conteve, e continou: "Deveriam fotografar o banheiro público! Só tem um cubo funcionando". Olha, falando sério, tiro o chapéu pra um ser de classe média com um pingo de higiene que se presta pra entrar naquele banheiro. Ele se encontra na praça Saldanha Marinho há belos dez anos ou mais e não pus os pés lá. Minha colega e eu nos entreolhamos e respondemos que, "infelizmente", o trabalho era mais direcionado. Bom, só faltou a dona torcer o nariz e perguntar que tipo de jornalistas nós seremos/somos/coisaqueoquevalha para nos negarmos a registrar a "podrice" de lugares públicos.

Outras duas moças passaram nos olhando como se fôssemos verdes, tivéssemos dois mil olhos cada uma, quatro braços em forma de tentáculo com trinta dedos com pontas de ventosas em cada um deles. Ah, e rastejássemos. E deixássemos um líquido ácido pelo caminho, no maior estilo do veneno da minhoca da Mongólia. Por Deus, pude ver as duas abraçando uma árvore que estava no caminho de tanto que nos olhavam, e riam... Nos olhavam e riam. #Penaquenaoregistreiacenafeelings, e acabaram-se os 140 caracteres só nesse tópico!

Outra cena atípica deste dia chuvoso que não posso deixar passar foi a tiazona-perua-escandalosa que passou por nós, gritando para continuarmos com as filmagens. essa foi de lascar tinta do cabelo. Esclarecendo: até continuaríamos a filmar se o aparelho usado nos permitisse, pode acreditar. Sua presença certamente seria cortada na edição, não se preocupe. Agora, uma mongolice de quem estava do "lado de lá": o ex-secretário de cultura passou por nós. Como amiga do tio Zanella, resolvi bater uma foto pra usar no tema de contraste de cores, porque ele vestindo tons de cinza e preto e logo na frente vinha uma senhora negra com uma blusa nas cores preto, amarela, cinza e branco. Até o resolver estava tudo muito bem, o problema é que a cor da pele da tia que estava na frente dele fez o ponto verde evaporar junto com as minhas esperanças, mas assim que ele estabilizou eu bati a foto e... Percebi que a velocidade de abertura do diafragma não coincidiu com o momento a ser captado. Sabe o que eu fiz? Me afastei e resolvi olhar a foto recém batida no visor LCD da minha imaginação, já que a máquina podia até ser automática mas ainda era analógica. É isso mesmo, sem comentários.

Então, eis que surge o presente do dia: a pequena (literalmente) Elisabete, de 20 dias de idade. Minha colega avistou a mãe da bebê e comentou sobre a beleza da guria, que deveria ter, no máximo, uns 20 anos de idade. Eu já havia percebido sua presença nas redondezas, mas não prestei atenção até aquele momento. Bati duas fotos de longe com a Sigma e me senti mal, bem mal. Fui até ela e puxei conversa, perguntei a idade dela, quantos meses a criança tinha e se podia fotografá-las. Ao contrário do que se pensa, a Lizandra não posou pra foto. Ela ficou ali, paradinha, no auge da timidez dos seus 15 anos sem esboçar nenhum sorriso. O marido chegou perto e eu perguntei ao patriarca da pequena família se eu podia mesmo bater algumas fotos. "Desde que tu não leve prum saravá, por mim tudo bem", respondeu ele. Não me contive e retruquei, enquanto caçava o tal pontinho do lado direito do visor: "Não, é só pra um trabalho da faculdade mesmo". Não contente com os ares tímidos, perguntei duas ou três vezes qual das duas ia sorrir primeiro, a mãe ou a filha. Na hora, Lizandra sorriu.

Internas dentro da Casa de Cultura no EMAET, na sala da mãe, no piano (com direito a mão da mãe sobre as teclas), piadinhas com o primo Benaduce, correria pra revelar as fotos, montagem do trabalho e um mutirão atrás da gente e do equipamento da faculdade. Detalhe: era a primeira vez que retirávamos material sem o professor estar junto, e não fomos avisadas que o equipamento precisava voltar antes do meio-dia pro campus. Fuzoê danado, post pra um dia de menos sono.

Lição um: comprar uma câmera analógica automática pros próximos trabalhos, e um tripé. Nunca se sabe o dia de amanhã. Lição dois: leve sempre o celular. Esqueceu em casa? Volte para pegar. Terceira e última, mas não menos importante: o sorriso da Lizandra valeu por dois. As fotos ficaram lindas.

17 de novembro de 2009 @ 06:22:00h

Fobia I - mariposas & derivados

A última crônica da Maíra Viana me fez pensar nas minhas fobias, de novo. De novo porque sábado esse pensamento me atacou duas vezes em horários diferentes, uma vez no domingo e duas hoje. Sinceramente, poderia ter vivido meus dias tranquilamente sem pensar a respeito. Se eu ainda jogasse RPG, a incitação de medo que essas criaturinhas me causam seria de nível 3, já que no nível 4 a pessoa se borra e no 5 é capaz de pular de uma janela se a fobia é de formigas, por exemplo. Não sou tão extremista mas também não fujo muito disso.

Sábado estava marcado para termos aula prática de fotografia, mas julguei que os planos mudariam graças ao tempo fechado e os filmes de ISO 100 que o professor sempre nos pede para comprar. Mas quando cheguei na faculdade com a minha colega (de aula e apartamento) e fomos avisadas pelos outros colegas que teríamos sim aula prática, não pude deixar de imaginar as câmeras pretas fofinhas usando capas e guarda-chuvas coloridos no melhor estilo jardim de "Alice No País das Maravilhas"! Tal cena me pareceu bem menos absurda naquele momento do que agora, mas é melhor seguir adiante do que perder a linha do pensamento.

Fomos à Gare da estação férrea. Da última vez que fui lá, o lugar não parecia tão... Enferrujado. Contado que fazem uns 20 anos desde a última vez, acho que era o mínimo que eu podia esperar. Nossa missão, como possíveis futuros fotógrafos, era fotografar. Pura e simplesmente apontar, regular o maldito ponto verde, disparar, avançar. Ah, e montar os tripés - que quase ganharam a batalha - e sair andando com eles pela plataforma afora. Essa briga eles venceram, sem sombra de dúvidas. Estou falando por experiência e não adianta me contrariar, não foi o seu dedinho esmagados pela união das perninhas do mal. Lá pela oitava foto que o professor querido resolve me lembrar da existência da brincadeira de esconde-esconde com o tal pontinho verde, até então já tinham ido umas oito fotos bem à moda louco. É que apontar e clicar soa bem mais divertido do que ficar girando botãozinho pra abertura do diafragma e girando lente Sigma dura pra caralho de trabalhar (com o perdão do palavrão mal empregado).

Apontei e cliquei, várias e várias vezes, principalmente os cachorros. Os cuscos da Gare são os vira-latas mais legais da cidade, fora a ilustríssima e intelectual Gorda - também conhecida por Batata Doce - que é figurinha carimbada nos eventos abertos da cidade. Onde tem barulho, ela estará por perto. Se não estiver, passa pelo Calçadão, dá uma procurada na sombra e faz carinho na barriga dela com o pé. Ela vive pra isso, a pequena notável. Enfim, onde eu estava mesmo? Ah é. Os cuscos. Tinha um colega meu que, de primeira, partiu pro mais difícil: fotografar pássaros. Confesso que lá pro final também tentei, mas o bicho foi mais rápido do que a brincadeira de esconde-esconde com o ponto verde.

Distraída com os animais de quatro-patas-e-um-rabo, acabei perdendo dois trens que passaram. Por algum estranho motivo, fiquei com a impressão que o meu professor achou que eu tivesse a capacidade (?!) de ser atropelada por um trem (!?!?!?). Eu estava parada do outro lado dos vagões (do que faz parte do monumento e, consequentemente, está parado) e ele foi me procurar. Quando me achou, me olhou nos olhos com uma cara de aliviado que chegou a dar dó (e muita muita muita vontade de rir, mas culpo a falta de cafeína por isso) e disse que ficou com medo por mim porque eu não estava junto com os outros. Gargalhei por dentro e voltei minha concentração ao Esfregão, cachorro que estava tão concentrado quanto eu nele, mas na roda de um trem.

O Esfregão, ao contrário da Gorda e de seus parceiros de estação, não é muito dado aos outros humanos. O humano deele basta pra ele, e só. Ele não gosta que o chamem, que passem a mão. Respeitei o limite dele e ele respeitou o meu, um ficou observando o outro por longos dez minutos. Ele só não rolou e se fingiu de morto porque não deu tempo, mas tenho a impressão que as fotos dele ficaram muito boas. Ele ajuda, faz carinha de cachorro pidão e tal. Aí a Ana, minha colega², começou a tirar sarro que eu estava perseguindo os cachorros da Gare. E isso me deu uma boa ideia: brincar de paparazzi (crianças, não tentem isso em casa)! Brincadeira frustrada no primeiro instante: Esfregão deve ter entendido os planos e estrategicamente parou fora do raio da câmera para urinar no pilar. Ou eu estava com tanto sono que nem me prestei para procurar, enfim... Dá no mesmo porque perdi o emprego de stalker de celebridades antes mesmo de conseguir trabalhar com isso.

Resolvi procurar outra coisa pra fotografar e quando me avisaram que haviam ratos, morcegos mortos e um cara dormindo no último vagão (teria me rendido uma bela foto, mas sou muito cagona - pelos animais, não pelo cara), resolvi procurar outra coisa "igualmente nojenta" para fotografar. Olhei pra Ana (foi um olhar analítico muito sério, sem pretensão nenhuma de piadae só agora me dei conta disso), olhei pro chão... E de repente, naquele canto remoto dos meus olhos, me deparo com uma coisinha voando, meio bege e constrastando com aquele céu cinza e cheio de pinguinhos.

Certamente devo ter berrado alguma coisa, já que essas bichas asquerosas têm mania de ficar muito próximas a mim. Parece que todos os bichos voadores invertebrados perdem a noção do perigo quando me enxergam. Tenho a impressão que nasci dividindo genes com aquelas lâmpadas azuis usadas para matar mosca, sabe? Porque todo e qualquer inseto é atraído em direção àquela luz. Ana fez um comentário que aquilo que eu estava olhando não era um bicho e o professor, coitado, me olhou com a maior cara de ponto de interrogação da cidade naquele momento pós-surto insético e fez o inoportuno comentário:

- Tem uma bruxa ali, se ainda quiser fotografar animais.

Acho que naquele momento fiquei tão inconsequente quanto, na viagem para Bento Gonçalves em Setembro do ano passado, quase me atirei na frente do trem para bater uma foto por ser monga e esquecer da existência do zoom, tamanha era a mongolice adrenalina. E foi justamente o que aconteceu: fui aproximando, aproximando, aproximando a câmera... E claro que o ponto verde não vinha nunca e eu ali, pulando por dentro, com medo que aquele monstro do tamanho da palma da minha mão virasse um alien de "AVP:R" e soltasse líquidos corrosivos no meu cérebro e me comesse viva.

Outra vez, uns quatro anos atrás, resolvi perseguir uma borboleta muito bonitinha em volta da piscina da casa de uma amiga minha. Constatei, depois dessa aventura, que correr em volta de piscina não é legal. Correr em volta de piscina depois de sair da mesma é menos legal ainda. Correr em volta de piscina depois de sair da mesma só para tentar superar um medo é burrice e ponto final.

No mesmo dia, me empenhei e encostei numa borboleta. Como bem previ, parecia que tinham jogado líquido corrosivo na minha mão e que ela, a borboletinha que mal cobriria o dedo do meio do meu pé de tão pequena que era, ia esperar eu me liquefazer para depois pousar calmamente ao lado de minha poça e fazer sua refeição. Aí eu inventei uma regra maluca que, pra isso não acontecer, eu precisava lavar minha mão. Devo ter passado uns cinco minutos bolinando o sabonete e mais cinco bolinando um paninho com álcool pra me certificar que não viraria refeição de uma borboletinha de araque.

Como surgiu tamanho trauma? Quando eu era pequena, sofria muito com alucinações quando tinha febre e, normalmente, envolviam insetos. Numa dessas vezes eu alucinei que estava sendo engolida por um demônio com cara de mariposa. No mesmo dia, alucinei que matava uma borboleta pequena e ela se transformava em tantas outras, formando a mesma imagem. Taí, prato cheio pra psicólogos.

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11 de novembro de 2009 @ 18:44:00h

Vem com a música

“Hoje em dia, ninguém mais compra CD”, disse Tuba Caruso, baterista da banda gaúcha Faichecleres, que sempre disponibilizou sua obra gratuitamente nas redes de relacionamentos. É a mais pura realidade: se 20 anos atrás a indústria fonográfica não sabia seu futuro com o lançamento do Compact Disc (CD), hoje a história se repete com os aparelhos de MP3 e iPods espalhados pelo mundo. Mas será que não é muita tempestade em um copo d’água quase vazio?

Dez anos atrás, com o surgimento do Napster, foi uma revolução no melhor e no pior sentido da palavra. A palavra “download” entrou de vez no vocabulário mundial e as grandes gravadoras começaram a sentir o peso desta nova era. O artista finalmente ganhou autonomia de sua obra e pode compartilhá-la com os fãs, garantindo assim um público maior nos shows. Como Tuba disse “depois que a internet chegou, o músico ficou bem mais autônomo. Com a internet as gravadoras começaram a perder o poder, então, a gente ‘bota’ na internet, a galera conhece, escuta, grava, passa para os amigos, e onde a gente ganha dinheiro é no show”.

Em virtude dessa nova forma de divulgação de músicas, surgiu o MPB (Música Para Baixar), um movimento que preza o direito de compartilhamento de acervos musicais. Com o apoio de artistas consagrados como Leoni e a trupe do Teatro Mágico, o movimento defende os direitos autorais e acredita que a indústria fonográfica está em crise. Crise que, para alguns, é a melhor de todos os tempos pois nenhum músico ou banda teve tanta facilidade de mostrar seu trabalho. Quem quiser saber mais sobre o MPB, acesse: http://musicaparabaixar.org.br/.

 
Texto composto em parceria com Ana Rauber para o jornal mural "Babel".

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3 de novembro de 2009 @ 14:24:00h

Problema tamanho GG

Como uma amiga minha costuma dizer, "nós não somos gordas, somos voluptuosas". Acredito nisso pelo bem da minha auto-estima, mas o que vejo pelo setor de vestuário dá os pingos necessários de hipocrisia para que essa filosofia caia por terra ao entrar na primeira loja e vasculhar araras. Pessoas como eu que não se enquadram nos padrões de beleza ditados pelo mundo da moda, ou seja, que não são apenas "pele e osso", têm um grande problema nas mãos quando sobra dinheiro, boa vontade e bom humor para sair atrás da roupa perfeita.

Parece que as grifes, por menores que sejam, se esquecem das gordinhas. A voluptuosidade é uma verdade pra ela, e é bonito falar assim, mas a verdade dói um pouco mais quando é preciso enfrentar idas e vindas de lojas. E quanto às roupas designadas - não desenhadas - para pessoas acima do peso? Elas existem mas além de não serem nada joviais em sua grande maioria, também apelam para uma pré-padronização de tamanhos e formas nas peças, e isso se vê pelos manequins: são um pouco mais largos que os de "pele e osso", sem barriguinha saliente e quase nada de busto. Isso restringe um mercado que, graças (não) à obesidade pelo sedentarismo, poderia ser melhor trabalhado. Parece que na cabeça dos estilistas/desenhistas, é expressamente proibido ser acima do peso enquanto jovem, ou ser gordinha acima dos 40 e ter um estilo sóbrio, mas jovial. E as gordinhas que têm entre 15 e 30 anos fazem o quê, quando precisam de roupa nova?

Não dá para tentar a sorte grande o tempo todo, pois somos humanas e não temos doses cavalares de bom humor, paciência e boa vontade para aguentar atendimento falho e falta de roupas que nos sirvam nos cabides das lojas. Então, o inevitável acontece: ao encontrar uma peça de roupa M, G ou GG, seguir até o provador é perda de tempo. O segundo ato é simples mas mais demorado, que é enfrentar a fila. No que chega a nossa vez, basta tirar o dinheiro da carteira e sair saltitante com a nova aquisição e somente ao entrar em casa, arrancar a etiqueta para evitar passar pela mesma situação que constatamos tardiamente que a peça não serve tão bem quanto deveria. Pela falta de opção, apelamos para a vulgaridade ao usar roupas justérrimas por não ter tempo nem paciência para andarilhar por aí atrás de roupas que se encaixem no nosso perfil corporal. É um preço muito alto a pagar, não acha?

Dificilmente será necessária uma enquete para responder à essa pergunta. Dói no ego só de pensar que às vezes é preciso enfrentar os paninhos pendurados nos cabides que foram feitos para um determinado tipo de corpo, e não há auto-estima que resista a saga se repetindo. Isso nos desgasta. Andar de loja em loja, entrando e saindo de provadores sem parar começa a ficar massivo depois da segunda ou terceira vez, situação que agrava pelas vendedoras que opinam sem permissão, que acham que sabem de tudo e que estão tão cansadas quanto as clientes. Pior que lojas com restrição quanto ao tamanho das peças, só a má vontade das vendedoras mesmo. Não, pior é quando a roupa serve mas a costura incomoda, ou quando a roupa serve mas não cabe no conteúdo da carteira. Não! Pior mesmo é quando a roupa serve e a costura incomoda, mas cabe no bolso. O que nos resta é a parcela de culpa quando, dias depois, algo mais aprazível é encontrado nas bem malditas araras.

Com ou sem voluptuosidade, gordurinhas mesmo, somos mais exigentes seletivas quando o assunto é o conteúdo do nosso guarda-roupa. Queremos peças que, além de terem um bom caimento, sejam confortáveis pois precisamos de conforto - ainda que alguns gurus da moda digam que conforto e beleza não andam juntos. Com a quantidade certa do tecido certo para que tudo fique no lugar e não vulgar, poderíamos nos vestir melhor que muita "pele e osso" por aí. O problema é que esse esquecimento é inconstante: esquecem de tecido ou no comprimento, ou na barriga, ou no busto, ou nas coxas. E convenhamos... Para não faltar nada em nenhum lugar, sem apelar para a vulgaridade, nos resta entrar em estado de graça involuntariamente, e apelar para moda gestante.

E com esse pensamento, vem a ironia: quantas vezes ouvimos que as gordinhas são umas graças? De fato somos, não tenha dúvida quanto a isso, mas não gostaríamos de ter de apelar para o lado literal dessa graça quando sobra bom senso e falta pano.

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27 de outubro de 2009 @ 23:55:00h

Debut rock 'n roll

Ler o prompter parece ser de uma facilidade enorme. Tu pára na frente da câmera e só tem que ler o que correm no computador da sala de edição. Não tem nenhum panaca segurando cartazinho com grafia ilegivel, tremendo mais que vara de salgueiro em dia de vendaval, terminando com a tua carreira televisiva ao forçar improvisos por não conseguir ler. Mas, por experiência recente, confesso ser bem mais divertido ficar lá atrás, com a Nikon D40 do coleguinha nas mãos, batendo fotos sem parar enquanto os apresentadores enrolam suas respectivas línguas num texto simplíssimo, causando risadinhas e deboches bem humorados entre eles mesmos, os operadores das câmeras e a equipe de produção do programa.

Então a garganta da apresentadora oficial resolve dar pití justo no mesmo dia que a produção está enlouquecida atrás de ideias para tapar o furo de uma banda que desmarcou, bem dizer, sentada em cima do relógio de tão em cima da hora. Preparar um programa do nada e de última hora não é pra qualquer um, e quarta-feira passada saí colhendo os louros e morrendo de orgulho dos colegas da equipe. Mas aí começou o dilema: o cara vai apresentar sozinho? Não, só que a outra apresentadora tem compromisso. Enquanto as notícias vão caindo dentro do editor de texto, um sonzinho que passou desapercebido pela minha censura cerebral se faz audível:

- Eu vou contigo.

Muito bem, conseguimos concretizar a ideia e finalizar tudo em tempo para gravar. Que beleza! Como não houveram protestos quanto à minha participação inusitada in camera além da produção, pensei com os meus botões: "não deve ser tão difícil, já conheço o texto então não preciso perder tempo repassando. É só manter o foco e prestar atenção no prompter que tiro isso de letra!".

O tal do prompter e o foco juntos é um problema, a falta de noção quanto ao enquadramento nem se fala e o fio do microfone de lapela só serve pra ficar de figurante. Só me dei conta dos estorvos depois que passei por eles, eu acho. 'Bora ver o resultado? O Studio Rock vai ao ar amanhã ao meio-dia pelo canal 15 da NET (em Santa Maria/RS somente), e reprisa às 19h e a 0h. Quem quiser conferir via internet nos mesmo horários, clica aqui.

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O mito da cerca elétrica

Sábado era pra ser um dia maravilhoso: noite bem dormida, acordando na hora certa para chegar em tempo à aula prática de fotografia, namorado sonolento do lado me enchendo de beijinhos mais sonolentos ainda de bom dia e feliz 2.4 - e sendo retribuido, claro - e mais à noite, festerê com os chegados que dessem as caras... Bah, um belo sinônimo próximo de perfeição! Acontece que abri a janela e pairava sobre a cidade aquela nuvem cinza, e por mais que eu ame dias nublados, sábado em especial foi meio que... Um choque. Literalmente.

Faculdade? Ok. Sobrevivi, mas com aquela sensação de que algo daria errado. Apesar do péssimo tempo para fotografar, tudo fluiu tranquilo (e das 28 fotos batidas, poucas se salvaram) até a volta pra casa. Chuvisco de molhar bobo, bem cafajeste mesmo. O trajeto da faculdade até minha casa é curto, só é preciso atravessar duas ruas, mas foi o suficiente pra olhar pra minha roupa ao chegar na porta do prédio e dizer: tô parecendo um pintinho molhado. Naquele momento o que eu mais queria era um banho quente, meu secador, minha chapinha, roupa sequinha, um kebab e cair na cama, planos e sonhos que ruíram assim, no primeiro toque do celular.

Era minha mãe, perguntando se eu tinha esquecido do almoço. Eu disse que não e que logo logo eu estaria chegando ao restaurante, o que era uma baita mentira dado meu estado calamitoso. Tentei convencê-la de cancelar a função, mas falhei outra vez. E ela repetiu duas vezes, de forma audível, que eu teria de ir a pé porque ela não tinha dinheiro sobrando para pagar meu táxi. Se não fosse pela chuva desorientada, subir três quadras via expresso canelinha nem seria problema! Não seria problema nem caminhar na chuva se isso não resultasse em entrar no recinto completamente encharcada. Fui me arrumar e assim que fiquei pronta, saí porta afora antes que a louca da minha progenitora resolvesse explodir meu celular de tanto que ligava e tinha a chamada ignorada no segundo toque.

Não lembro porque diabos tive que voltar ao apartamento depois de descer as escadas e dar tchauzinho pro sensor de movimento do hall, o que acabou acionando o alarme nada discreto do prédio. Voltei, desativei o gritão e subi para pegar a porcaria da sombrinha. E aquela vozinha dizendo "vai dar merda" desde que abri a persiana não me largava de jeito nenhum, e a cada degrau e cada botãozinho apertado do painel eu contava os segundos para me livrar dela sequer em plena consciência disso.

Ao chegar no portão, percebi que não tinha apertado o maldito botãozinho vermelho do interruptor para abri-lo. Quando apoiei a sombrinha no ombro, com o gancho "estrategicamente" enganchado no antebraço, me veio aquela sensação que percorreu da ponta dos dedos até o coração, causando um pulo enorme e involuntário para trás. Maldito botão do portão, maldita chave virada, maldito malabares com a sombrinha quase do tamanho da minha perna.

Pronto, a merda estava feita: descobri que a cerca elétrica nas grades do prédio não é para bonito e nem para espantar ladrãozinho que resolve bancar o esperto. É, na verdade, repelente de gente idiota, tipo eu.  Após o ocorrido o dia foi tranquilo, e até São Pedro desligou um pouco o chuveiro! Ponto positivo? Não precisei esperar a sensação ruim passar, aconteceu e ponto. Descarga elétrica é tudo nessa vida! Vou enfiar a sombrinha ali mais vezes, tanto para por a cerca em uso quanto para exorcizar o desnecessário.

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22 de outubro de 2009 @ 08:45:00h

Um bazar pra lá de gostoso


Recebi o flyer do bazar via orkut e meu coração partiu em mil pedaços de não poder ir - juntamente com meu estômago, mas estou certa que a carteira agradece. Dia 24/10, sábado (meu aniversário), das 15h às 18h rola na lojinha  Pó de Estrela um bazar delicioso com degustação de mini-cupcakes das gurias do Lady Cupcake e as gurias da loja de roupas e acessórios Reino Gato.

Pó de Estrela é uma loja de objetos de decoração e acessórios de moda lindos que fazem minhas mãos coçarem constantemente. Sou suspeita a falar mesmo sem ter comprado lá, mas todos os artigos do site são de babar de lindos e de precinho camarada. Vale muito a pena conferir!

Lady Cupcake é uma "fábrica" deliciosa de cupcakes (que eu gosto de chamar de muffins bonitinhos) criada pela jornalista e chef de cozinha Marcela Jung e da publicitária e coolhunter Cristina Hentschke.

Reino Gato é uma loja de roupas e acessórios ma-ra-vi-lho-sa que reverte parte de seus lucros para ações em prol dos nossos (nem sempre) pequenos amigos de quatro patas e um rabo.


Estou me remoeeeeendo por não ter como ir! Então ficadica pra quem estiver por Porto Alegre. ;)

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20 de outubro de 2009 @ 05:40:00h

A volta da smashing pumpkins

Todo mundo sabe que o Smashing Pumpkins não é a mesma banda sem James Iha, mas ainda assim Billy Corgan revelou recentemente que irá distribuir a coleção de 44 canções inéditas da banda gratuitamente via internet. Dada a atual situação da indústria fonográfica, essa é uma boa jogada de marketing para a volta de uma das melhores bandas dos anos '90.

A boa (melhor) notícia (para os colecionadores de compactos) é que as músicas serão lançadas em 11 EPs, com quatro músicas cada. Corgan declarou que "[eu acho que] o tamanho e o formato dos álbuns tradicionais está se modificando para algo além neste momento". Ainda segundo o líder da banda, as quatro primeiras músicas estão enraizadas na psicodelia marcante do SP mas ainda soando bem modernas, "como os Pumpkins que eu quero escutar".

Agora resta saber se o novo/velho som do Smashing Pumpkins cairá nas graças do mainstream novamente, porque Zwan foi bom, mas não o suficiente. E fica a pergunta: será que está MESMO lançada a modinha de bandas retornando das cinzas? Fãs de Oasis, fiquem de dedos cruzados.


Fonte: Cifra Club News

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