27 de outubro de 2009 @ 23:55:00h

Debut rock 'n roll

Ler o prompter parece ser de uma facilidade enorme. Tu pára na frente da câmera e só tem que ler o que correm no computador da sala de edição. Não tem nenhum panaca segurando cartazinho com grafia ilegivel, tremendo mais que vara de salgueiro em dia de vendaval, terminando com a tua carreira televisiva ao forçar improvisos por não conseguir ler. Mas, por experiência recente, confesso ser bem mais divertido ficar lá atrás, com a Nikon D40 do coleguinha nas mãos, batendo fotos sem parar enquanto os apresentadores enrolam suas respectivas línguas num texto simplíssimo, causando risadinhas e deboches bem humorados entre eles mesmos, os operadores das câmeras e a equipe de produção do programa.

Então a garganta da apresentadora oficial resolve dar pití justo no mesmo dia que a produção está enlouquecida atrás de ideias para tapar o furo de uma banda que desmarcou, bem dizer, sentada em cima do relógio de tão em cima da hora. Preparar um programa do nada e de última hora não é pra qualquer um, e quarta-feira passada saí colhendo os louros e morrendo de orgulho dos colegas da equipe. Mas aí começou o dilema: o cara vai apresentar sozinho? Não, só que a outra apresentadora tem compromisso. Enquanto as notícias vão caindo dentro do editor de texto, um sonzinho que passou desapercebido pela minha censura cerebral se faz audível:

- Eu vou contigo.

Muito bem, conseguimos concretizar a ideia e finalizar tudo em tempo para gravar. Que beleza! Como não houveram protestos quanto à minha participação inusitada in camera além da produção, pensei com os meus botões: "não deve ser tão difícil, já conheço o texto então não preciso perder tempo repassando. É só manter o foco e prestar atenção no prompter que tiro isso de letra!".

O tal do prompter e o foco juntos é um problema, a falta de noção quanto ao enquadramento nem se fala e o fio do microfone de lapela só serve pra ficar de figurante. Só me dei conta dos estorvos depois que passei por eles, eu acho. 'Bora ver o resultado? O Studio Rock vai ao ar amanhã ao meio-dia pelo canal 15 da NET (em Santa Maria/RS somente), e reprisa às 19h e a 0h. Quem quiser conferir via internet nos mesmo horários, clica aqui.

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O mito da cerca elétrica

Sábado era pra ser um dia maravilhoso: noite bem dormida, acordando na hora certa para chegar em tempo à aula prática de fotografia, namorado sonolento do lado me enchendo de beijinhos mais sonolentos ainda de bom dia e feliz 2.4 - e sendo retribuido, claro - e mais à noite, festerê com os chegados que dessem as caras... Bah, um belo sinônimo próximo de perfeição! Acontece que abri a janela e pairava sobre a cidade aquela nuvem cinza, e por mais que eu ame dias nublados, sábado em especial foi meio que... Um choque. Literalmente.

Faculdade? Ok. Sobrevivi, mas com aquela sensação de que algo daria errado. Apesar do péssimo tempo para fotografar, tudo fluiu tranquilo (e das 28 fotos batidas, poucas se salvaram) até a volta pra casa. Chuvisco de molhar bobo, bem cafajeste mesmo. O trajeto da faculdade até minha casa é curto, só é preciso atravessar duas ruas, mas foi o suficiente pra olhar pra minha roupa ao chegar na porta do prédio e dizer: tô parecendo um pintinho molhado. Naquele momento o que eu mais queria era um banho quente, meu secador, minha chapinha, roupa sequinha, um kebab e cair na cama, planos e sonhos que ruíram assim, no primeiro toque do celular.

Era minha mãe, perguntando se eu tinha esquecido do almoço. Eu disse que não e que logo logo eu estaria chegando ao restaurante, o que era uma baita mentira dado meu estado calamitoso. Tentei convencê-la de cancelar a função, mas falhei outra vez. E ela repetiu duas vezes, de forma audível, que eu teria de ir a pé porque ela não tinha dinheiro sobrando para pagar meu táxi. Se não fosse pela chuva desorientada, subir três quadras via expresso canelinha nem seria problema! Não seria problema nem caminhar na chuva se isso não resultasse em entrar no recinto completamente encharcada. Fui me arrumar e assim que fiquei pronta, saí porta afora antes que a louca da minha progenitora resolvesse explodir meu celular de tanto que ligava e tinha a chamada ignorada no segundo toque.

Não lembro porque diabos tive que voltar ao apartamento depois de descer as escadas e dar tchauzinho pro sensor de movimento do hall, o que acabou acionando o alarme nada discreto do prédio. Voltei, desativei o gritão e subi para pegar a porcaria da sombrinha. E aquela vozinha dizendo "vai dar merda" desde que abri a persiana não me largava de jeito nenhum, e a cada degrau e cada botãozinho apertado do painel eu contava os segundos para me livrar dela sequer em plena consciência disso.

Ao chegar no portão, percebi que não tinha apertado o maldito botãozinho vermelho do interruptor para abri-lo. Quando apoiei a sombrinha no ombro, com o gancho "estrategicamente" enganchado no antebraço, me veio aquela sensação que percorreu da ponta dos dedos até o coração, causando um pulo enorme e involuntário para trás. Maldito botão do portão, maldita chave virada, maldito malabares com a sombrinha quase do tamanho da minha perna.

Pronto, a merda estava feita: descobri que a cerca elétrica nas grades do prédio não é para bonito e nem para espantar ladrãozinho que resolve bancar o esperto. É, na verdade, repelente de gente idiota, tipo eu.  Após o ocorrido o dia foi tranquilo, e até São Pedro desligou um pouco o chuveiro! Ponto positivo? Não precisei esperar a sensação ruim passar, aconteceu e ponto. Descarga elétrica é tudo nessa vida! Vou enfiar a sombrinha ali mais vezes, tanto para por a cerca em uso quanto para exorcizar o desnecessário.

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22 de outubro de 2009 @ 08:45:00h

Um bazar pra lá de gostoso


Recebi o flyer do bazar via orkut e meu coração partiu em mil pedaços de não poder ir - juntamente com meu estômago, mas estou certa que a carteira agradece. Dia 24/10, sábado (meu aniversário), das 15h às 18h rola na lojinha  Pó de Estrela um bazar delicioso com degustação de mini-cupcakes das gurias do Lady Cupcake e as gurias da loja de roupas e acessórios Reino Gato.

Pó de Estrela é uma loja de objetos de decoração e acessórios de moda lindos que fazem minhas mãos coçarem constantemente. Sou suspeita a falar mesmo sem ter comprado lá, mas todos os artigos do site são de babar de lindos e de precinho camarada. Vale muito a pena conferir!

Lady Cupcake é uma "fábrica" deliciosa de cupcakes (que eu gosto de chamar de muffins bonitinhos) criada pela jornalista e chef de cozinha Marcela Jung e da publicitária e coolhunter Cristina Hentschke.

Reino Gato é uma loja de roupas e acessórios ma-ra-vi-lho-sa que reverte parte de seus lucros para ações em prol dos nossos (nem sempre) pequenos amigos de quatro patas e um rabo.


Estou me remoeeeeendo por não ter como ir! Então ficadica pra quem estiver por Porto Alegre. ;)

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20 de outubro de 2009 @ 05:40:00h

A volta da smashing pumpkins

Todo mundo sabe que o Smashing Pumpkins não é a mesma banda sem James Iha, mas ainda assim Billy Corgan revelou recentemente que irá distribuir a coleção de 44 canções inéditas da banda gratuitamente via internet. Dada a atual situação da indústria fonográfica, essa é uma boa jogada de marketing para a volta de uma das melhores bandas dos anos '90.

A boa (melhor) notícia (para os colecionadores de compactos) é que as músicas serão lançadas em 11 EPs, com quatro músicas cada. Corgan declarou que "[eu acho que] o tamanho e o formato dos álbuns tradicionais está se modificando para algo além neste momento". Ainda segundo o líder da banda, as quatro primeiras músicas estão enraizadas na psicodelia marcante do SP mas ainda soando bem modernas, "como os Pumpkins que eu quero escutar".

Agora resta saber se o novo/velho som do Smashing Pumpkins cairá nas graças do mainstream novamente, porque Zwan foi bom, mas não o suficiente. E fica a pergunta: será que está MESMO lançada a modinha de bandas retornando das cinzas? Fãs de Oasis, fiquem de dedos cruzados.


Fonte: Cifra Club News

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Traumatizei

Sempre achei que seria o máximo morar sozinha, e não estava de todo errada. Divido apartamento com duas gurias super legais desde Agosto e estamos nos virando muito bem, obrigada. Temos nossos probleminhas é claro, mas nada que não seja contornável. Justamente por ter como resolver, desde que me mudei nunca cogitei a possibilidade de voltar para casa, pelo menos até a madrugada de sábado pra domingo.

Vou dizer, não é nada agradável estar deitada confortavelmente ao lado do namorado com o cachorro aos pés da cama (no chão, na cama dele), naquele estágio do sono que se melhorar estrada e, de repente, ser acordada pela amiga batendo na porta desesperadamente às 03h e sendo incoerente. Bom, ela estava sendo coerente, o problema é que demorei para pegar no tranco. Quando consegui entender o desespero da guria, entrei em pânico. Dei um pulo da cama e saí correndo apartamento afora, checando todas as janelas. Acho que não consegui chorar por causa do nível de adrenalina, mas confesso que quase corri para pegar uma faca na cozinha assim que o pânico chegou em 100%.

Me acalmei um pouco (piada) e interfonei pro apartamento da síndica para descobrir o que estava acontecendo. O marido dela pediu que fechássemos todas a grades e colocássemos as chaves longe, e que as luzes fossem desligadas. Juro que devo ter ficado com uma linda cara de "?", porque estava tudo chaveado e a única luz ligada era a da sacada para caso do meu cachorro decidir fazer as necessidades de madrugada. Quando falei que era impossível ser a nossa sacada da frente, ele disse que então deveria ser do andar de cima e, pra piorar, a guria estava viajando.

Fechamos e desligamos tudo, e cada um voltou pro seu canto da melhor maneira que conseguiu. Não deu para parar de pensar no que aconteceu até agora, sei que estou acordada por medo de dormir e acontecer de novo. Para quem nunca passou por uma coisa assim, fica meu aviso de amiga: é a pior sensação do mundo e tudo o que eu queria era o colo da minha mãe, mas ela não podia ficar sabendo o que estava havendo em hipótese alguma. Afinal, o que diabos estava acontecendo?

Um cara estava assaltando a casa ao lado. Destelhou e roubou um cortador de grama, e acabou fugindo pela lateral do prédio, única área sem cerca elétrica.

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Se não 'guenta, por quê veio?


O Disney Channel transmitiu um ano atrás um show do Jonas Brothers. Apesar de ter assistido somente à parte final, foi suficiente para pescar uma afinação perfeita dos caras nas últimas três músicas. Isso seria algo bom se não fosse por um desleixado playback que, ao meu ver, eles não tiveram o mínimo problema em disfarçar: Nick e Joe se perderam na letra de duas músicas mas suas vozes saíram como se nada tivesse acontecido, e Kevin riu e não deu pra ouvir distorção nenhuma na voza música mas a voz dele saiu como se nada tivesse acontecido. Essa história de playback não deveria ter me surpreendido tanto já que o mundo pop atual sobrevive de Miley Cyrus, Vanessa Hudgens e Ashley Tisdale, assim como já sobreviveu de Backstreet Boys, 5ive e 'N Sync (a suprema-corte do playback no final dos anos '90), certamente, foi inesperado. Eu estava recém começando a respeitar os caras como músicos e presencio um dos maiores erros que uma banda em início de carreira mundial poderia cometer, e isso não fez eles subirem no meu conceito. Tenho conhecimento da existência da banda há uns três anos e de cara reconheci que eles tinham 2/3 do necessário para serem bem sucedidos: carisma e a perseverança, só que pra mim se falta um pingo de talento, já não vale a pena tremular a bandeirinha de fã. Não que seja o caso do JB, até acho que eles têm talento mas é inegável que escondem muito bem por debaixo dos panos do playback.

Isso não se faz, jamais. Tenho pena dos fãs que pagam esperando ouvir a banda ao vivo e acabam escutando o CD que têm em casa, sendo que a única diferença é que os caras da capa do disquinho estão em cima de um palco, saracoteando feito macacos que recém saídos da jaula ao invés de cumprirem com o que pregam. Acho que fiquei tão surpresa/indignada com o que vi porque, assim como milhares de outras gurias, me criei - literalmente - ouvindo o Hanson errando acordes, letras e desafinando. É tudo bem feito, bem vivo e bem AO vivo. Por um instante comparei esse show do JB com a performance do Hanson no Grammy de '98: um grande fiasco, merecedor das críticas ruins que teve. Dez anos depois, aqueles quatro minutos e pouco que eles tremeram em cima de um palco e erraram tudo o que poderiam ter errado, tocando pra centenas de artistas veteranos (muitos da lista são influência para a banda), virou um marco na carreira do Hanson. Como fã da banda há onze anos, digo tranquilamente que nunca, repito, NUNCA ouvi um playback deles sequer, ou fiquei sabendo que eles tenham feito isso algum dia. Desacredito que alguma banda, depois do desenvolvimento dos plugs, tenha feito isso e acho o cúmulo que ainda façam isso.

Pra quem não entendeu a razão da comparação, vou explicar: o JB é muito comparados com o Hanson, tanto pelos fãs de ambas as bandas quanto pela mídia. Até dá pra levar em conta que as duas bandas são compostas por irmãos que começaram cedo na música só que enquanto JB estão na metade do caminho, Hanson já deu a volta ao mundo umas quatro vezes. Não só Hanson, qualquer outra banda/artista que tenha a mínima noção do que estão fazendo. Independente do estilo e pra felicidade de muitos, incluindo a minha, a lista é vasta e só tende a crescer, basta trabalharem do jeito certo e lutarem pelas coisas certas. Não adianta nada uma banda ter músicas no topo da parada da Billboard, dos Top 10-40-50-100, receber ótimas críticas do último álbum lançado se não tem maturidade para dar o próximo passo, que é reproduzir esse tal álbum super aclamado para os fãs que tanto esperam por isso.



Obter sucesso hoje em dia é muito fácil mas ser descartável é mais fácil ainda, só se mantém quem sabe o que está fazendo e depois de hoje não sei se os irmãos Jonas estão conscientes disso, e sinceramente não quero saber (isso significa que não quero fãs de JB jogando pedregulhos em mim via e-mail caso cruzarem com esse texto). Talvez eu esteja errada e playback faça parte do contrato deles com a Disney, para não desgastarem as vozes já que trabalham mais como atores do que como músicos. Se o JB é forçado a fazer isso por questões contratuais, não significa que as coisas estejam menos piores para a carrreira deles. É uma pena, mas lá se vai uma banda com grande potencial que só precisava trabalhar com as pessoas certas para dar realmente certo. Apesar de tudo que foi dito, espero de coração que os Jonas aprendam com os erros que ainda cometerão, com os acertos que virão e que a carreira dos caras se consolide com o tempo. Os caras são capazes e além do mais, são exemplo de boa conduta. Depois do escândalo de Amy Winehouse e Britney Spears nos anos anteriores, o mundo da música está precisando de celebridades boa-pinta para tentar pôr um pouco de ordem, mesmo que consigam fazer isso por pouco tempo.

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